segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Postagem Temporária Utilizada para Detecção de Tema (5d8e5a19-2551-4124-a70d-f729ccdb2151 - 3bfe001a-32de-4114-a6b4-4005b770f6d7)

Esta é uma postagem temporária que não foi excluída. Exclua-a manualmente. (26c912e5-bc51-4f47-8568-9b1223bca5dd - 3bfe001a-32de-4114-a6b4-4005b770f6d7)

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

IV - Noite Perigosa

ubitamente a fala da elfa é interrompida por um abafado som de forçada expiração do lado de fora. Quando recomeça o tom das palavras ganham um ritmo único, indicando um estado de transe:
“- Os próximos dias testarão a resistência dos viajantes antes de começarem a seguir seus destinos. Esta sempre foi e será a saudação das terras gélidas aos que vem desbrava-la!”

Luther, Ao ouvir o misterioso som externo, pensa:

* o que será que agitou tanto esse cavalo para ele reagir assim? Se eu tiver que me levantar daqui é bom que seja algo grave, porque sei que vou ficar num mau humor medonho! Me pergunto por que eu fui entrar para a igreja de meus pais ao invés de seguir um caminho mais simples como meus amigos de infância, os bárbaros do Shaar? Eles hoje devem praticar o esporte de degolar Orks. Será que não existe nessa terra nenhum Ork que seja digno de viver em paz?*

Luther com o frio e fome, fica sonolento e se encosta num canto da carroça onde começa a dormir.

Embalado pelo sono, Luther sonha com as distantes terras de Shaar e o lar de sua ordem, onde é saudado por suas conquistas em nome da deusa do ar. Surpreendido por repentinos tapas e uma fala esganiçada, Luther percebe que agora estava na carroça com Clatus estapeando-o:

“- VAMOS, ACORDE LUTHER!!! Precisamos sair aqui... Acabo de ver alguma coisa lá fora fuçando a lateral da carroça. Melhor nos escondermos...”

Luther, com frio, com fome, e de mal humor se levanta com grande propensão para o combate. Resmunga baixinho:

“- Adoraria arrancar cabeças agora de quem quer que esteja fuçando a essa hora da noite nesse raio desse frio!”. Desembainha sua espada de 2 mãos!

Sem aguardar a reação de Luther que estava perplexo, Clatus pula depressa para o exterior da carroça procurando um local para se proteger. Ao ver o paladino rumando ao encontro do perigoso urso, segue-o de longe.

Luther sai da carroça com sua espada nas mães procurando um provável alvo! Com uma raiva pouco comum em sacerdotes! Ele busca seguir Mikal o paladino de Tyr.

Mikal que se aproximava para descansar ao terminar seu turno ouve a cantoria de algumas fogueiras abafando a natureza próxima e trazendo certa descontração e civilidade as terras inóspitas. Mais perto da carroça, o paladino consegue ouvir o som de uma forte queda do outro lado do transporte.

A expressão de cansaço do rosto do jovem guerreiro desaparece no mesmo instante em que os ventos gélidos trazem o barulho até ele, seus olhos mudam totalmente apagados pelo longo turno eles voltam a demonstrar uma chama, chama essa que pode evidenciar perigo.

* Tyr pai da justiça, amável e bom aqueles que pregam o caminho sábio e justo, mostra ao teu servo , cego, o ímpio , mostra aquele que deve ser ceifado em nome do bem maior para que seu nome seja louvado e tua honra glorificada, mostra ao teu servo a presença do malfadado e injusto ser nefasto e faz tua luz e verdade brilhar na lamina do teu servo*

(off: Detectar o mal – foi se a do dia rs )

O guerreiro sagrado sente uma energia percorrendo seu corpo ate manifestar uma pequena luminosidade que lhe revela que sua oração fora atendida. Todavia, não revelara a natureza do perigo.

Desembainhando sua espada o jovem guerreiro da luz atravessa cautelosamente a carroça indo verificar o que se passar

“- Por Tyr , o que esta havendo?”

O jovem tem uma expressão absoluta e inabalável em sua face

Para espanto do paladino, parte das cargas amontoadas na lateral do transporte estão quebradas. Uma corpulenta criatura quadrúpede amarronzada remexe nos cestos dos cavalos, logo identificada como um urso. O animal sente a presença do paladino, levanta-se rumando na direção do guerreiro sagrado.

A criatura avançando apenas sobre duas pernas fica próxima de Mikal, movendo em arco suas poderosas garras com extrema rapidez, surpreendendo-o. Atingido com o forte e profundo balançar que lhe rasga no peitoral, o paladino acaba arremessado violentamente para trás, caindo sobre os restos de caixotes da carroça posterior. Momentos depois, uma poça de sangue se forma por debaixo de seu corpo.

Notando o perigo mortal sobre o companheiro, o halfling que vinha sorrateiro por detrás da criatura puxa rapidamente seu arco, arremessando uma flechada certeira que se finca na altura da articulação esquerda da pata traseira, fazendo a fera urrar de dor. O urso se reposiciona para ir na direção de Clatus.

O jovem guerreiro levanta-se da poça de sangue com grande dificuldade, abismado com o acontecido,mas não arrependido por não ter reagido agressivamente,na verdade o que se passa pela cabeça do jovem é a sorte em não ter atacado,se apoiando em suas duas espadas, o sangue ainda vertendo de seus ferimentos, o jovem olha a sua frente e ve Clatus fazer seu ataque, com uma expressão de dor, mais com a chama acesa da vida em seus olhos.

“ – CLATUS, NÃO, ugh!!!!!!!!”

O jovem perde um pouco do equilíbrio tendo que se apoiar em sua espada.

* Por Tyr, essa criatura inocente não deve sofrer por seguir seus instintos, temos que leva-los para longe da caravana sim, mas não devemos feri-los*

“ – Clatus, ughhh, não ataque, tire-o de perto da carruagem somente, não devemos feri-lo, está apenas seguindo seus instintos”

A criatura furiosa investe com menos intensidade sobre o pequeno halfling que ainda tem tempo de arremessar outra flechada sobre a pata esquerda do urso antes de escapar de uma mordida.

O Paladino se levanta, ainda com dificuldade, e emprega toda sua força em chamar a atenção do animal para que ele o siga para longe das carruagens e para onde ele possa ser deixado sem que volte a incomodar os viajantes.

O urso ao ter seu caminho impedido por Mikal avança na direção do ferido guerreiro. Clatus tenta se posicionar novamente por trás da fera.

“ – Luther veja se os , aaaaaahhhhh, *o jovem leva a mão ao peito com uma expressão aguda de dor* veja se os outros estão bem , eu volto em breve”

O jovem vai adiante, mesmo sofrendo penosamente com as dores, porém em seu rosto se vê uma grande resolução.

*Grande Tyr, se for de sua justa vontade que seu servo caía nesse local, que seja feita sua vontade, mais permite a esse servo uma pequena recompensa, faz com que ele viva para salvar o justo que por estar mal entendido corre risco de morte desonrosa e desmerecida, da ao teu servo força, para cumprir sua missão de justiça, mas se mesmo assim julgares diferente de teu servo , permita que ele parta em paz e que se rejubile em sua gloria, para que seja feita sempre a sua vontade maior de justiça, a justiça eterna e perene , a justiça imortal, é o que te implora seu servo”

A fera descomunal continua seguindo o moribundo paladino que se arrasta ate não poder continuar pelas dores no peitoral gravemente ferido, caindo tonto ao chão. O urso se aproxima ameaçadoramente, enquanto Clatus se agita tentando tirar outras flecha de sua aljava para fazer outro milagre.

No chão o paladino apresenta além da dor uma face de piedade e calma próximo a morte certa. Talvez poucas pessoas pudessem dizer que ele morrera em uma situação tão nervosa e tensa, ele apenas tem na expressão a calma de quem tem o dever cumprido.

*Tyr, tua vontade seja feita, teu servo não pode mais lutar, não... Não assim... Não contra quem nada fez para merecer a dor, não contra quem não trás mancha ou crime que o condene, pai estendo minha alma a sua bondade, e meu corpo ao seu mundo, da terra gélida sai, a terra gélida voltarei, e que nos anais celestes espero eu poder ser julgado e se justo for, receber as benção celestes na imortalidade*.

O jovem ao chão não aparenta fazer nenhuma reação à aproximação do animal.

Ao encontrar suas flechas, o pequeno halfling faz nova investida, todavia falha em acertar o furioso urso que apenas se irrita mais. Uma nova tentativa de Clatus de alvejar a criatura apenas atinge de raspão uma das laterais da fera que parte em sua direção sedenta.

Luther que seguia junto com Clatus percebe que a situação de Mikal poderia ser critica.

Luther para próximo de Mikal, casteia cure ligth:

Pressionando o peitoral injuriado, o clérigo caminhante do ar emana uma luminosidade sentida por Mikal como um forte calor sobre o ferimento. Em instantes, as dores e sangramentos do paladino são substituídos por uma energia cálida e confortável que gera uma vitalidade súbita no corpo ainda doloroso.

“- Vamos atacar esse urso de 2 lados diferentes, colocando ele no meio? Ele deve ficar em desvantagem!”

Ainda meio tonto, não se sabe pelo ferimento ou por si só, o paladino só consegue ouvir os passos pesados da criatura atrás de si, sua memória volta rapidamente a realidade, mesmo curado a dor é lacerante tudo que o jovem consegue fazer é dar um encontrão em Luther para que esse saia do alcance da besta.

* Pai se foi sua, vontade e vivo permaneço assim seja , continuo lutando pelo bem e pela justiça, para que isso me valha de sua força e sua gloria, que assim seja*

“- Luther unghf, Não vamos atacar nada , vamos é atraí-lo para longe da caravana!”

Um dos ajudantes da caravana que estavam próximos tenta findar a ira do urso acertando-o com sua lança, todavia o monstro cada vez mais raivoso ergue-se, conseguindo retirar a lança de seu corpo e estapeando com violência o jovem rapaz que cai morto ao chão.

Uma fumaça se forma na carroça onde o trio se encontrava.

Rapidamente, mas não sem um lampejo de dor em sua face o jovem guerreiro se levanta continuando a atrair a besta, ficando extremamente surpreso ao perceber a nevoa.

* Tyr, que maldição é essa agora, devo me desculpar com Luther pelo encontrão e agradecer a ele e a Akadis pela cura, sim é o justo, mais antes tenho que tirar essa besta de perigo, e de nos causar perigo, e essa nevoa agora, mais essa, maldição*.

O jovem guerreiro continua atraindo a besta mesmo com a tarefa ficando mais complicada a cada minuto, porém através da expressão de dor e cansaço e da visão excruciante do guerreiro banhado em seu próprio sangue pode-se ver em seus olhos a chama de quem não vai desistir tão fácil.

O urso ainda disposto a terminar o que começou segue a provocação do paladino. A fumaça ganha intensidade, dificultando a visão ao redor.

Gritando o jovem se dirigi a Clatus “– CLATUS VOLTE A CARAVANA ELES PRECISAM DE AJUDA POR LÁ , EM BREVE ESTAREI DE VOLTA” *se Tyr permitir* “ LUTHER, AJUDE OS OUTROS QUE ESTÃO DESESPERADOS, ESSA ESTA SOBRE CONTROLE”

* Espero que eles entendam e não ataquem mais*

O jovem guerreiro vai guiando a besta através da nevoa.

Luther pensa *Paladino guloso quer comer esse urso sozinho na porrada! Bom se a caravana ficar sem cavalos não vai sobrar um vivo com essa nevasca!* e acaba dizendo:

“- Oh Mikal, trata de espantar logo esse urso que vamos precisar de todos pra reunir os cavalos em breve. Você vai ter de ficar sozinho pois tenho mesmo que ir socorrer a caravana de outro agressor e ajudar na debandada dos cavalos. Fui...”

Luther corre em meio à neve e o vento gelado em direção ao tumulto, enquanto observa de longe qual a fonte real desse ataque de ursos.

O clérigo de Akadis observa um grupo de homens vindo das laterais das carroças da frente se reorganizando e seguindo na direção do urso que confrontava Mikal.

Clatus responde gritando para Mikal:

“- ESTÁ BEM MIKAL? QUASE PENSEI QUE... Mas o que é aquilo?”

Ao observar de relance a direção indicada pelos gestos do halfling, Mikal bem como Luther conseguem vislumbrar por detrás da fumaça uma enorme fogueira exalando de onde acreditam estar a carroça.

Luther procura exaustivamente quem quer que possa estar controlando o ataque dos Ursos. Grita para a multidão, guardas e servos da caravana:

“- Reúnam os cavalos e os passageiros, cuidado com a nevasca...”

Apesar do vigor nos gritos, o andarilho do ar não consegue nenhuma atenção diante da fumaça e da agitação no acampamento. Homens, cavalos e cavaleiros parecem correr por todos os lados, deixando Luther zonzo. A confusão apenas atrapalha mais a busca e concentração do clérigo que fica desorientado, ate ver Clatus encarando o incêndio.

Um olhar de preocupação e perigo eminente passam por sua cabeça, mas o jovem logo se concentra em atrair a atenção do animal ainda mais para dentro da fumaça onde essa fica mais densa, tomando cuidado para não ser atingido pelo mortal golpe da fera.

Rapidamente Clatus corre disparado para a carroça em busca de recuperar alguma provisão antes do inevitável.

*Mais um pouco meu amigo , mais um pouco*

Se movendo agora de forma a confundir o animal e fazer com que ele va em sentido contrario ao da caravana, já que a fumaça tampava sua visão e provavelmente seu olfato.

O feroz e ainda perigoso urso segue Mikal por vários metros ate ser encurralado por alguns dos ajudantes e cavaleiros mais organizados nas que vinham por trás. Depois de quase atropelarem o injuriado paladino, fazem um revezamento de investidas brutais com flechadas e machados lançados contra o dorso do desnorteado animal, conseguindo finalmente tomba-la inerte.

O jovem guerreiro ve a carroça em chamas, tossindo graças a fumaça infecta, o jovem após despistar o tremendo animal volta correndo em direção a Irwain, Valas, e todos os outros.

O pequeno halfling sujo de fuligem e com alguns dedos queimados permanecera próximo da agora destruída carroça onde viajava, encarando as labaredas que ainda queimavam o arruinado transporte. Sobre seus pés estavam algumas mochilas e os parcos suprimentos. Clatus olha pesarosamente para Luther, lamentando a perda do confortável transporte.

Noutra carroça adiante:

Um dos guerreiros já se aproximava para impedir o caminho do ranger. Ignorando o praguejar dos guerreiros, Valas localiza uma pequena rocha rasteira a alguns passos da carroça.

Rapidamente, porém de forma cuidadosa e reparando nos movimentos do guerreiro que o acompanhava, Valas segue rumo à pequena rocha rasteira e se coloca em posição de ataque...

Guieblin observava nervosamente tudo que ocorria, avaliando como utilizar seus talentos nesta situação. Logo decide se aproximar dos guerreiros humanos e intervir a favor do estranho, tentando convencer os mercenários a se concentrarem na ameaça do urso.

Depois de alguns instantes, a dupla de mercenários segue a passos largos na direção do segundo urso.

A fera vai se afastando da carroça rosnando e arfando com muita dificuldade de forma desorientada e cambaleante na direção das carroças de trás, contudo interrompe sua caminhada com o avançar de uma forte fumaça. Um incêndio pode ser visto ocorrendo na terceira carroça.

Elmorin ainda estupefato com a presença do urso segue, de uma distancia que considera segura, os passos do animal ferido. Buscando algum auxilio no possível embate, vê a movimentação do misterioso drow bem como Irwain estupefato:

“- Ei Irwain vamos atrás do bicho. Você ai com cara de poucos amigos... Se esta conosco, venha nos ajudar a encurralar aquela fera, antes que ela destrua mais alguma coisa. Esse seu arco pode ser muito útil!”

Irwain para e pensa. Tomando uma decisão, segura com firmeza sua lança e diz para Elmorin:

“- Certo Elmorin vamos lá, mas devemos apenas garantir que o Urso não ataque ninguém. Façamos de tudo para não feri-lo.”

Voltando-se para o Drow:

“E você. Podemos contar com a sua ajuda?”

Valas dirigi-se para Irwain e Elmorin e diz: “Tenho certeza que existe algo mais poderoso envolvido nesse incidente... Vou tentar descobrir isso...Sigam o seu caminho, que eu sigo o meu...”

O jovem guerreiro sagrado se aproxima de Valas, e para a surpresa do elfo uma língua conhecida e bem vinda a seus ouvidos é dita.

(Em drow)

O paladino põe a mão sobre o arco do elfo:

“ – Não, os animais seguem somente seus instintos , temos que achar quem por ventura possa estar controlando-os se é que existem, afinal , estamos aqui parados com comida e fogueiras, nos praticamente os convidamos, temos que nos concentrar em tira-los daqui sem feri-los, acho que concorda comigo. Vou chamar a atenção da fera, ajudem a apagar o fogo!”

O jovem guerreiro parte para chamar a atenção da fera como já havia feito com a primeira, esperando que os outros apaguem o fogo, o jovem paladino novamente faz o perigoso jogo com o urso, apesar de seu passo firme às vezes ser interrompido por uma expressão de dor e uma leve levada de mão ao peito onde o corselete se encontra aberto.

* Tyr, que bagunça é essa, não consigo entender nada, pai olha pelos teus filhos nesse inferno de gelo e fogo , olha por todos os que estão aqui , e ajuda novamente teu servo a salvar quem nada tem contra si .*

Para frustração do paladino uma nova turba se aproxima do moribundo animal indicando usar a mesma estratégia realizada com o anterior. Logo Mikal se vê cercado por homens a cavalo e a pé portando lanças e arcos. Um dos cavaleiros logo se apressa em alertar o guerreiro sagrado:

“- SAIA DAÍ RAPAZ... ESTA FERA JÁ ESTA COM SEUS DIAS CONTADOS! OS OUTROS AJUDEM A APAGAR AQUELE INCENDIO!!!”

Elmorin para ao perceber a intenção de cerco dos homens e aguarda o resultado.

Não percebendo muita utilidade para seus talentos naquela situação, Guieblin observa o curso de ação puxando flechas de sua aljava e portando seu arco.

Valas interrompe seu ataque às feras, o dirigi-se para o Paladino... Com isso, Valas olha para aquele nobre hoomem e diz “...Tudo Bem...Vamos ver se tens realmente razão...” Valas se afasta do ambiente de batalha e tenta “rastrear” algo por perto, que possa ser de fato, ser interessante... Vai se afastando da caravana, e indo em direção aonde o instinto o leva... Em busca de poderes “maiores” que possam estar controlando as ações dos Ursos.

O cerco se fecha sobre o segundo urso que tenta em vão reagir contra seus atacantes, todavia as flechas e lanças arremessadas são suficientes para findar com sua resistência. Os homens bradam uma breve vitória sob o invasor ao mesmo tempo em que parte dos defensores tenta auxiliar na contenção do incêndio. Outros correm nas cercanias do acampamento tentando encontrar novas ameaças.

Guieblin olha para o animal com tristeza, recordando de outros seres silvestres que conhecera na sua infância, todavia fica mais intrigado com a inquietante proximidade dos ursos diante de um acampamento tão numeroso.

Elmorin impressionado com sua primeira experiência nas Fronteiras Selvagens observa a “bestialidade animada” dos homens que comemoram a morte da fera.

O drow observa em meio a confusão que parece estar sendo dissipada três vultos próximos de uma formação rochosa a sua esquerda que parecem estar distanciados das demais aglomerações. As figuras movimentam-se rapidamente para os lados e se entrecruzam como num combate.

Valas dirige-se aos vultos empunhando seu arco, e se aproxima o suficiente para entender o que está havendo, identificando de quem ou o que eram esses vultos.

O jovem guerreiro estupefato com a violencia aplicada, somente abaixa sua cabeça numa prece

* Pai Tyr acolhe a alma das criaturas mortas injustamente, em sua sabedoria suprema sabes bem discernir o certo e o errado, mas nesse caso seu servo endossa a inocencia de seus julgados, faz com que suas almas tenham um descanso celeste tranquilo, e perdoa os homens que sem senso de justiça, mas com desejo de sobrevivencia, vencidos pelo medo da morte, os fez brutos, olha tambem pai celeste por aqueles que cairam guerreando bravamente pela vida de outrem e salvaguarda dessa caravana, acolhe a quem foi justo em tua luz, mais tambem condena o impio ao tormento eterno, seu servo lhe pede humildemente que olhe por todos nessa caravana e que tudo possa terminar bem , para sua gloria hoje e sempre Amem*

O jovem levanta a cabeça corre em direçao a Irwain e Guieblin.

“ – Vamos rapazes acho que podemos usar da ajuda de vcs para apagar esse fogo.”

O jovem paladino olha ao redor a procura de Valas , vendo que esse esta distante e aparentemente se distanciando o jovem guerreiro grita em drow.

“ - VALAS, ONDE VAI, PRECISAMOS DE AJUDA POR AQUI COM ESSE FOGO.”

Virando-se para Luther

“ – Então amigo como andam as coisas por aqui?”

O jovem guerreiro sagrado olha ao redor seus olhos afiados a procura de algo que parece não encontrar

* Onde esta aquele Valerius, não posso deixar de pensar na teoria de Luther *

sábado, 22 de agosto de 2009

III - Rastros

“Os civilizados sempre temerão todas as criaturas selvagens, mesmo que não assumam, pois as feras jamais obedecerão aos caprichos de seus modos ou regras, mas principalmente porque seguem sua própria maneira de manterem seu lugar no mundo...”.

Nerakio, ranger das estepes.

o entardecer do segundo dia de travessia da grandiosa cadeia de montanhas o comboio diminui seu ritmo em virtude da densa neve acomodada ao longo da trilha. Enquanto seguem lentamente pelo caminho. Os homens redobram sua vigilância na proporção que aumenta a tensão dos animais.

Durante a noite a lamuria da forte tempestade dá lugar aos ruídos tenebrosos e quase agudos de brisas que viajam junto com a pequena garoa fina que surge repentinamente. Dentro das carroças a força do clima se torna mais tolerável aos protegidos viajantes.

A caravana faz nova parada para a substituição das montarias e cavaleiros num elevado próximo. Sentinelas são posicionados em cada direção das carroças e alguns dos mercenários são incumbidos de auxiliar na tarefa, entre eles Mikal, Nardur e o anão Baruc.

Os lentos movimentos do incessante vento parecem pouco incomodar Baruc, mais preocupado com o termino de seu contrato na chegada a Dez Burgos.

Subitamente o bárbaro Nardur que aparentava estar concentrado no relevo das montanhas move-se rapidamente para uma pequena formação a direita do acampamento. Ajoelhando-se nas proximidades, começa a tatear o chão e esfregar as mãos:

“- Hrrummm... Criaturas fedidas estiveram aqui...”

Enquanto Clatus amarra tiras de pele grossa em volta dos pés para solucionar seu incomodo com o frio ríspido, termina seu extenso discurso acerca das diferenças entre famílias halflings pelo tamanho dos pêlos nos pés, para o sofrimento do jovem clérigo de Akadis. Subitamente, o misterioso viajante de manto cinzento adentra na carroça para espanto de Luther e Clatus orientado por Berak:

“- Fique a vontade, pois nesta aqui não há muita carga e ficara mais seguro se houver problemas...”

A emudecida figura senta-se delicadamente próximo da abertura para cocheira e coloca sua mochila ao chão sem que seja possível notar quaisquer de seus traços físicos escondidos pelo largo manto.

Luther se apresenta ao suposto amigo de Clatus:

”- Salve! Eu sou Luther, sacerdote de Akadis a Rainha do Ar!”

O novo acompanhante nada diz ao clérigo, mantendo a cabeça baixa, retirando com suas delicadas mãos um pote de sua mochila que logo é colocado a sua frente.

Estendendo a mão e procurando ver nos olhos do suposto amigo de Clatus alguma sinceridade ou propósito em comum, pergunta:

“- O que o traz a esse ermo nessa viagem?”

A figura levanta lenta e calmamente sua cabeça, sendo possível a Luther vislumbrar os olhos meio acinzentados e levemente puxados do misterioso viajante. Logo, joga um punhado de grãos que acendem um fogo azulado. Para espanto de Clatus a retirada do capuz do manto revela as feições identificáveis por Luther como sendo élficas:

“- Venho em busca de segredos e mistérios e me chamo Nindriel, a cinzenta. Já ouvi falar de seu culto humano!”

Clatus fica surpreso com a perícia da elfa na pronuncia do idioma comum, uma linguagem tão pouco usada com destreza pelo povo belo. Ao perceber o espanto do halfling, a estranha acompanhante de olhar indecifrável retoma suavemente a palavra:

“- Estudo e conheço os saberes e mistérios de muitos povos, logo falar o comum não representa dificuldade para mim pequeno. Há coisas maiores que separam os s...”

Subitamente a fala da elfa é interrompida por um abafado som de forçada expiração do lado de fora. Quando recomeça o tom das palavras ganham um ritmo único, indicando um estado de transe:

“- Os próximos dias testarão a resistência dos viajantes antes de começarem a seguir seus destinos. Esta sempre foi e será a saudação das terras gélidas aos que vem desbrava-la!”

Luther com o frio e fome, fica sonolento e se encosta num canto da carroça onde começa a dormir.

Mikal que se aproximava para descansar ao terminar seu turno ouve a cantoria de algumas fogueiras abafando a natureza próxima e trazendo certa descontração e civilidade as terras inóspitas. Mais perto da carroça, o paladino consegue ouvir o som de uma forte queda do outro lado do transporte.

A expressão de cansaço do rosto do jovem guerreiro desaparece no mesmo instante em que os ventos gélidos trazem o barulho até ele, seus olhos mudam totalmente apagados pelo longo turno eles voltam a demonstrar uma chama, chama essa que pode evidenciar perigo.

* Tyr pai da justiça, amável e bom aqueles que pregam o caminho sábio e justo, mostra ao teu servo , cego, o ímpio , mostra aquele que deve ser ceifado em nome do bem maior para que seu nome seja louvado e tua honra glorificada, mostra ao teu servo a presença do malfadado e injusto ser nefasto e faz tua luz e verdade brilhar na lamina do teu servo*

(off: Detectar o mal – foi se a do dia rs )

Desenbainhando sua espada o jovem guerreiro da luz atravessa cautelosamente a carroça indo verificar o que se passar

“ Por Tyr , o que esta havendo?

O jovem tem uma expressão absoluta e inabalável em sua face

Noutra carroça adiante:

Dentro da carroça abarrotada de cargas, Guieblin há tempos incomodado com a mesmice da paisagem e a monótona viagem observa a calada mulher com a insígnia do machado cinzento guardando vigília no lado de fora.

Guieblin Possui Cabelos longos trançados lembrando um pouco o cabelo da raça Anã, porém suas tranças são muito mais bem feitas do que as tranças rústicas anãs. Olhos negros e bem grandes, como se estivesse olhando a tudo o tempo todo minuciosamente, porém quando realmente mostra uma curiosidade a mais com algo seus olhos se tornam ainda maiores e profundos. Quase sempre Guieblin possui um sorriso amistoso e tímido, como se sua curiosidade não combinasse com sua timidez. Usa roupas simples, camisa verde com um cadarço que vai da gola até o fim da camisa, usa calça preta, botas de couro rústicas, um sobretudo azul escuro bem velho, coloca o arco entrelaçado no corpo, aljavas de flechas bem visíveis, e sempre anda com sua mochila, ao invés de cinto usa uma corda de cânhamo para amarrar as calças.

Guieblin balança a cabeça... Dá uns tremeliques sem graça, e aos poucos se aproxima da moça:

“- Machado grande né... hé...De onde vim nem os homens conseguem empunhar algo assim, estou curioso de seus dotes, no bom sentido é claro. Essa viagem parece que não termina, não aparece nada, vivi minha vida inteira em meio a natureza, esperava me aventurar por algum lugar novo, mas é muito chato quando as coisas da vida o obrigam a ir por caminhos não desejados não é?”

A mulher de poucas palavras olha a principio desconfiada para o pequeno aventureiro, todavia ao identificá-lo como um gnomo torna-se menos hostil:

“- A vida pode trazer muitas surpresas pequeno. Não se descuide com a aparente tranqüilidade de nossa viagem, pois muitas feras perigosas apenas esperam a chance de nosso descanso para saquear e devorar nossa carne!”

Guieblin olha a mulher com os olhos brilhantes, como quem conseguiu uma ótima distração para aliviar a tensão da jornada, ma não consegue parar de olhar o adorno do machado, e olha com enormes olhos atentos!!

Percebendo que Guieblin ficara fascinado com o símbolo de sua companhia resolve por fim esclarecer a curiosidade:

“- hehhhh... Pelo visto nunca esteve nas montanhas selvagens do Norte antes já que desconhece a Companhia dos Machados Sangrentos. Somos de Sundabar e lutamos contra os orcs e goblins por toda região.

Guieblin olha a moça como se tivesse encontrado o “cajado do mago”, arregala os olhos, sorri com uma expressão menos tímida que o casual.

“- Nossa!!!!! Não acredito!!!! Você disse Orcs???? Se você luta contra Orcs então tem minha incondicional confiança, pode me pedir ajuda quando quiser pra derrotar esses sem cérebro. Hahhhh...Perdão, sim você está certa nunca estive por aqui, só vim pois ouvi falar que aqui tem algo que pode explicar por que minha aldeia foi dizimada por orcs, e também dar uma ajudinha no meu passado. E você o que faz nessas regiões inóspitas?”

Com um brilho nos olhos de uma criança de 5 anos que encontrou um novo amigo, Guieblin novamente sorri, e olha atentamente a calada mulher.

A mulher olha com certa complacência ao ouvir a narração de Guieblin sobre os orcs:

“- Eu entendo a raiva dessas bestas miseráveis e agradeço por meus mestres anões pela confiança... Os orcs não precisam de motivos para saquear e destruir já que não passam de monstros carniceiros... Mate sempre quantos deles puder e estará fazendo um bem ao mundo. Já minha presença nesta viagem se deve ao contrato junto de meu irmão de combate para proteger esta caravana ate Brin Shander pois conhecemos bem essas terras e lutamos muitas vezes com os perigos daqui!”

Guieblin quase que interrompendo a mulher:

“Caso precisem invadir um covil dessas criaturas, ou arrombar esconderijos com silêncio e cautela, estarei sempre pronto a ajudar, pois orc bom é orc morto!”

Novamente Guiebiln sorri para a moça, e mostra um ar de confiança extrema em seus talentos.

Antes que a mercenária pudesse dar continuidade, o relinchar dos cavalos do outro lado da carroça chama sua atenção. Imediatamente, a guerreira corre na direção do som.

Na cocheira, o jovem Elmorin sente os fortes ventos gelados e ouve o convencido cocheiro Hermin em sua narrativa:

“-... E ai eu disse praquela ramera que ela num tava lidano com os garotinho da cidade, mas cúm homi do Norte, daí ela mi deu de vorta o dinherô. Imagina se tivesse falado que tinha lutado na batalha com os goblins do Kessel lá em Brin Shander? Ahhhh.. Aí ela ia me dá o queu quisesse de graça, heheheheh...”

O jovem Irwain, pouco acostumado com tanto rigor invernal tenta se proteger da frieira da noite com os cobertores no interior da carroça, porem também ouve os cavalos relinchando em alvoroço, fazendo o cocheiro derrubar a garrafa de bebida:

“- Mas que diab... Que tá cunteceno cum esses bichû?”

“ Luther, Ao ouvir o relinchar do cavalo e o cocheiro derrubar a garrafa de bebida, o q parece ser distante, o sacerdote de Akadis pensa; o q será q agitou tanto esse cavalo para ele reagir assim? Se eu tiver q me levantar daqui é bom q seja algo grave, por q sei q vou ficar num mau humor medonho! Me pergunto por q eu fui entrar para a igreja de meus pais ao invés de seguir um caminho mais simples como meus amigos de infância, os bárbaros do Shaar? Eles hoje devem praticar o esporte de degolar Orks. Será que não existe nessa terra nenhum Ork que seja digno de viver em paz?

domingo, 16 de agosto de 2009

II - Passagem pela Espinha do Mundo

Ninguém sabe direito o que se esconde naquelas montanhas, além dos malditos orcs, rapaz; mas posso te dizer que é mal...”.

Illos, condutor de caravanas a um aventureiro novato.

caravana, formada por seis carroças e oito homens a cavalo, prossegue sua viagem. Logo, os dias se tornam cada vez mais frios, à medida que o início de inverno em Luskan torna-se uma vaga e boa lembrança para aquecer o espírito dos viajantes.

Numa das paradas da caravana, o jovem cavaleiro de Tyr se aproxima novamente da carruagem do senhor Valerius.

Do lado de fora da carroça, apenas um casal de guerreiros, trajando vestimentas com insígnia de um machado cinzento sobre um fundo vermelho escuro e portando cicatrizes, tomaram coragem suficiente para se deleitar com o ar frio.

Rasmuzen, recostado tranqüilamente na entrada da carroça, encara maliciosamente os passos do paladino, contudo não impede sua aproximação.

Ao perceber que o homem provavelmente o tomaria por um mero mercenário novamente, o jovem lança sua capa à frente, fazendo com que o grande símbolo do Deus da Justiça se faça aparecer. Após uma rápida flexão, o jovem olha nos olhos de Valerius e pergunta:

“– Mikal di Vantè Aztoz, servo de Tyr... Vim saber se sua viagem está sendo agradável, vossa excelência, e para mais uma vez relembrar os conselhos que lhe dei...”.

Dentro da carroça onde se encontra o nobre de Waterdeep, Valerius tem sua conversa interrompida com uma figura encoberta da cabeça aos pés por um longo e grosso manto cinzento com entalhes indecifráveis. Por alguns momentos, olha de relance para Mikal, recolhendo para dentro de suas vestes um pequeno rolo de papel.

O nobre olha surpreso ao descobrir a “natureza” do audaz guerreiro. Todavia, sua expressão de descontento é grande.

“–... Essa região é extremamente inóspita, até para o mais antigo morador dela; apesar de bela, é fatal. Como bem sabe, atravessaremos territórios habitados por orc e kobolds, e todo tipo de escoria maléfica; mas, mesmo assim, não devemos importuná-los, se eles nada fizerem a nós... Vejo que seu guarda costas é hábil, mas sozinho pouco vai garantir sua segurança... Então, os conselhos dados por esse ‘mercenário’ são válidos e relembrados, milorde!”.

Apesar de irritado com o inoportuno paladino, Valerius passa a mão pela boca, num claro sinal de buscar tranqüilizar-se antes de responder:

“– Então, és um paladino de Tyr, hummmpfff... Agradeço por sua solicitude e devoção com seu dever, jovem, mas, como disse antes, possuo boa proteção com meu leal servo, Rasmuzen; portanto, não há necessidade de que mantenha sua atenção em minha presença, o que alias eu espero que EVITE daqui por diante, já que não tenho intenção de chamar nenhuma atenção para mim, pois, como disse, há feras brutais perambulando neste local e desejo ser mantido em segredo, e não como alvo destas criaturas inferiores!”.

A figura envolta em mantos permanece silenciosa, aguardando o término da conversa.

O paladino continua:

“–... Desculpe por tomar tanto de seu tempo e por importuná-lo. Espero não tê-lo ofendido, pois não era minha intenção, e espero, novamente, ter me feito claro!”.

“– Você já havia dado seus avisos antes rapaz, mas parece ter a inoportuna habilidade de incomodar–me, e creio que esta sua insistência vai acabar prejudicando a mim e a teu serviço SE persistir nessa conduta, compreende? Portanto, prossiga com teus deveres, senhor!”.

O nobre pomposo volta-se imediatamente para os pequenos cartões coloridos em suas mãos, olhando com desdenho para o paladino. A estranha figura retoma suas palavras sussurrantes ao próspero waterdaviano.

O jovem Mikal se levanta, indo encontrar seus companheiros de viagem, companhias muito mais aprazíveis do que a do arrogante lorde.

Luther discretamente observa Mikal de dentro da carroça, esperando seu retorno. Depois que o paladino entra, pergunta das percepções e mesmo odores sentidos nestes dias, além de demonstrar interesse acerca de Valerius e os demais membros da caravana.

Pensativo, o paladino pondera sobre o que deve partilhar com Luther.

* Esse jovem me parece demasiado enamorado da guerra e intriga para um clérigo comum... Bom, melhor manter o olho nele e em Valerius, e ainda mais em Clatus, por Tyr! *

“– Valerius estava na companhia de seus servos e de um homem, com quem me parecia fazer negócios escusos... Mas ainda não quero julgar; não há prova o suficiente... Mas é bom que continue vigiando, Luther; mesmo porque, nesse frio, é realmente mais fácil sobreviver se você tiver algo para fazer e se concentrar!”.

O pequeno Clatus esfrega o rosto com uma das mãos, meio duvidoso, contudo começa a falar:

“– Hummm... Muito interesss... ahrammm... Interessante, senhor paladino. Quando estava caminhando para o pátio onde o senhor Beorg iria falar conosco acerca dos desafios aos candidatáveis para esta jornada, me lembro de ter visto um sujeito bem esquisito. Ele caminhava lenta, mas graciosamente por trás de seu manto cinzento cheio de escritas mágicas e falava pouco, mas juro que ouvi o próprio Orlegar, por sinal um bom homem, não há duvida, falar para um dos mestres carreteiros que ele deveria ser conduzido até Bremen, o destino de parte desta caravana!”.

Passados algumas semanas, o grupo de intrépidos viajantes começa a sentir os primeiros efeitos densos do famoso “inverno congelante do Norte”, ao alcançar a perigosa trilha na Espinha do Mundo, conhecida por abrigar as mais hostis criaturas de todo o Norte Selvagem.

A mera visão da carregada e enorme cordilheira, na forma de seus intransponíveis e infindáveis paredões de montanhas, que parecem desaparecer no céu causam um profundo impacto e reverência nos viajantes, que tem a rara oportunidade de contemplar a força majestosa da natureza viva, descrita por sábios e poetas como a derradeira estrada para a morada dos deuses.

Beorg, um senhor de barba e cabelos grisalhos com seu tapa-olho, conduz a carroça do grupo. Entre os solavancos no solo irregular percorrido pelo transporte, fuma tranqüilamente seu cachimbo:

“– Então, rapazes? Sempre me impressiono com este lugar, desde que vi estas montanhas pela primeira vez... Realmente, os deuses vivem por estes lados!”.

“– Realmente, senhor, nada em nosso norte pode ser feio; também acredito que os deuses vivem aqui, porque mesmo sob rigoroso inverno, nossas terras são lindas!”.

“– Pffff... Prr... Pra quem gosta de mumu... muito ffrrrr, frrriooo...”, contesta Clatus, esfregando nervosamente os ombros e pés, até retornar ao interior da carroça.

“– Realmente, garoto. Só quem vive muito na cidade não reconhece a beleza quando vê; mas, para mim, este lugar é muito mais bonito que qualquer cidade que já pisei – e olha que já estive em boa parte delas aqui no Norte!”.

Nardur, tranqüilamente acomodado, apenas dorme, recostado numa das paredes da carroça, relembrando combates e desafios que realizara nos poucos anos de vida.

Sorrindo para Clatus, o jovem guerreiro diz:

“– O que houve, Clatus? O frio acabou com sua curiosidade? Saiu da cidade tão excitado pelo norte gélido; afinal, ao sul quente e morno já não guardava mais segredos... Pegue...”.

O jovem guerreiro passa um cantil com um forte conhaque, extremamente forte; uma bebida indispensável no frio congelante.

“– Beba devagar, não quero ter que cuidar de ninguém bêbado nessa viagem, pequeno amigo!”.

O pequeno halfling agradece o gesto do paladino:

“– Muito obrigado, defensor da justiça; parece que vou precisar de mais teeem... ah... Ahhhh... Aaahhhtchhiiiimmm! Snif, sniff... Tembo bara me agostubar com os rigores desta mistediosa derra!”, expressa o quase adoentado Clatus ao tragar alguns goles.

“– Snirfffbl... Felisbente, tenho agui comigo, também, um dovo esdoque de binha beberagem, negociada com o senhor Beorg, tchuuu... Me desgulpem!”.

O jovem guerreiro de Tyr olha bastante consternado para a aparência do companheiro halfling, e uma linha de ternura e preocupação se vêem em seu rosto. O guerreiro sagrado se aproxima de Clatus:

“– O.K., Clatus, é melhor que cuidemos disso antes que você piore. A menor gripe, aqui, pode se tornar a pior das febres e doença, e matar muito rápido! Venha!”.

“ – Hãã? Obrigado, senhor, mas dã...”, tenta responder Clatus, enquanto é conduzido decisivamente por Mikal.

Mikal deita Clatus na carroça, próximo a Nardur, por ser a parte da carroça mais protegida. Retirando seu manto, dobra-o ao meio e cobre o pequeno halfling, que, mesmo com o manto dobrado, poderia tê-lo enrolado por todo corpo tranqüilamente. Então, pousando uma mão sobre a testa de Clatus e uma sobre seu peito, o jovem começa a entoar um hino a Tyr, ao qual, depois, todos podem perceber se parecer com uma oração.

* Grande Tyr, pai da justiça, sábio e poderoso, que conhece os caminhos, ouve o pedido do teu servo, que vive somente para glorificar teu nome e levá-lo a todos os lugares do mundo! Ouve a prece do teu servo, que pede tuas graças não sobre si, mas em favor de outrem; para que, não só por meus atos seja glorificado teu nome, mas pelo nome do ímpio que recebeu tal graça, senhor celeste, que mantém justa a balança e que impede a maldade com braço forte, justo! Dá a cura para essa pobre criatura, que apesar de não segui-lo fielmente, é uma vida que pode se perder injustamente por uma doença imunda... Cura esse ser pela mão do teu servo, que vive só pra servi-lo! *

A concentração do paladino evoca um pequeno brilho levemente amarelado e fosco a princípio; contudo, a medida que sua prece ganha vigor, uma força formiga por suas mãos e a luminosidade toma forma e intensidade suficiente para percorrer todo o corpo do Halfling, como um breve banho dos raios do alvorecer, purificando todo o mal estar.

Clatus sente seu corpo aliviar-se e um novo vigor se formar. Mais animado e ao mesmo tempo surpreso, o halfling olha nos olhos de Mikal:

“ – NOOOOSSA! Então estes são os poderes dos guerreiros sagrados... Jamais tinha visto ou sentido algo assim antes... Parece que rejuvenesci uns dez anos... Muito obrigado mesmo, senhor Mikal, não direi outra vez que os defensores de Tyr são pequenos tiranos, oops, desculpe!”

“ – Ora, seu pequeno ingrato!”. O jovem guerreiro cai numa gargalhada alegre.

O pequeno aventureiro dá um leve sorriso ao coçar a cabeça sem graça pelo comentário.

Mikal se vira para acordar Nardur suavemente.

“ – Vamos, Nardur, hora de comer... Separa alguns pães de viagem e uns pedaços de carne; oferece a Luther e a Beorg... Quanto a você, Clatus , trate de descansar!”

“ – O qu... ARRRRRRrrr!!”, reclama, meio sonolento, Nardur, ao sentir-se importunado. Esticando as pernas e o corpanzil, o orgulhoso bárbaro abre a pequena caixa ao seu lado, depois de rosnar, e pega os pequenos pedaços de provisão acomodados pelos carregadores em Luskan.

O pequeno halfling concorda com a cabeça, enquanto recosta-se confortavelmente noutra extremidade da carroça, para tomar novo gole de seu “remédio”.

Ainda intrigado, Clatus toma coragem de perguntar ao estranho clérigo:

“ – Ahmmm... Zenhor Ludher, snuuufffff...” – o pequeno puxa um lenço para assoar fortemente o nariz, para aliviar-se – “Eu ouvi o zenhor dizer que zerve uba tal de Agadiz, bas dunca ouvi falar dessa sua deusa, ahammmm... De onde ela vem e o que prega heim?”, completa o gripado halfling ao retomar uma talagada de seu “remédio”.

Luther responde a Clatus:

“ – Caro e jovem audaz Clatus, conheci a igreja de Akadis através de meus pais; ambos eram sacerdotes da igreja... Meu honrado pai desapareceu em combate contra outro membro da igreja, por motivos humanitários. Ele era um cruzado da Rainha dos Ventos; sei que no lado mais oriental de Faerun ela é conhecida com outro nome e tida como um Lorde denominado Teylas; ela ou ele não tem preconceitos e nem mesmo conceitos ou dogmas quanto a padrões humanos como masculinidade ou feminilidade, apenas nos parece uma Deusa... E quando falo em nós, refiro-me ao lado ocidental da igreja que a vê como uma Deusa. É descrita como uma Lady azulada, grande e translúcida, com asas emplumadas, que trilha pelas nuvens... Como outros Lordes Elementais, é despreocupada com seus seguidores em Toril, com reações difíceis de serem avaliadas, sendo vista mais como uma entidade alienígena, por abdicar de maiores responsabilidades com os mortais que não são nativos do Plano Elemental do Ar, sendo vista meramente como divindade mediana e seus seguidores como cultistas. É também como chamada de Teylas, o deus elemental do ar nas terras da Horda. Mesmo sem demonstrar afeição por seus seguidores, estes podem ter sua atenção quando realizam oferendas para ela queimando preciosos incensos aos ventos. Quando se manifesta, pode trazer bons ventos e chuvas gentis e ocasionalmente, controlar redemoinhos de ventos de breve duração, mas com força assombrosa. Durante o Tempo das Perturbações, ela não foi avistada nos reinos. Pessoalmente acredito que sua origem seja o plano elemental do Ar!”

Um tanto confuso e desorientado, Clatus responde:

“- Nossa senhor Luther, realmente deve ser um dos maiores devotos de sua deusa para saber tanto sobre ela... Eu já ouvi falar que existem outros mundos e lugares de onde vêem as criaturas da água, da terra, fogo e ar. Até já ouvi falar que alguns reinos cultuam estes seres, mas nunca tinha ouvido falar de devotos de uma criatura do ar antes... Espero que a senhora Auril não fique furiosa com o senhor vindo para suas terras tendo esta criatura como sua protetora!”

Desdenhoso, Nardur se coloca diante das certezas de Luther:

“- BAHHHH!!! Os grandes Espíritos de Rashemen são senhores de toda terra, ar, água, fogo, mar, vento, árvore e tudo que podemos ver, sentir e tocar... Assim falam as Wytchlans, e isto sim é a verdade. Você fala demais homenzinho!”, recrimina o forte bárbaro arrancando um naco de carne seca e encarando nervosamente Luther antes de se retirar para o coche.

O clérigo continua:

“- Se dependesse de mim ela tomaria o portfólio de Talos, o Lorde das Tempestades e já seria menos um Deus maligno em Faerun. Mas o Destino dos deuses e suas igrejas não é conhecido por ninguém abaixo deles! Tenho planos pessoais de alianças com algumas igrejas incomuns em Faerun, com certeza vou precisa de ajuda. Você gostaria de conhecer mais sobre Akadis? Você reza para alguma divindade pequeno?

“- POR TODOS OS DEUSES!!!! jamais diga isso novamente senhor Luther... caminhamos próximos da morada dos deuses agora. Imagina se o senhor das tempestades ouve sua zombaria? Provavelmente nos liquida e manda nossos espíritos para o Abismo... Melhor pedirmos logo sua clemência, bem como a de todos os grandiosos criadores e encerrarmos esta conversa que pode querer faze-los nos castigar!”, retruca o nervoso halfling que sacode a cabeça gesticulando e fazendo uma pequena prece de seu povo.

Observando o gesto de seu preocupado aliado, Nardur tenta tranqüiliza-lo, pousando sua forte mão sobre os pequenos ombros que ondulam brevemente:

“- Não se preocupe pequeno... Nardur pedirá ao grande caçador Vlalesdiq dos bosques de Jyurkov que nos dê força e proteção para despedaçar os inimigos que estiverem adiante!”

Descontraído com a discussão dos companheiros o jovem retruca a Luther

“ – Luther , Clatus tem razão... Não é justo desdenhar dos deuses sejam eles bons ou maus. A balança deve sempre estar equilibrada para que a justiça possa ser igual a todos... E Nardur meu caro companheiro tente ser mais gentil com Luther, acho que o frio afetou sua cabeça!”

Nardur devidamente compenetrado nas paragens gélidas e declives a volta do comboio, sequer percebe o comentário de Mikal, ao qual provavelmente responderia rispidamente.

Após se alimentar o paladino se isola um pouco do grupo e ainda sentado em seu canto, mais agora podendo ser notada uma posição bem mais austera o jovem paladino canta baixo alguns hinos e em seqüência fecha seus olhos e se mantém bastante concentrado, mesmo os grandes ventos que abatem a carroça não parecem nem mesmo tocar o paladino pela falta de movimentação, e até sua respiração parece se tornar praticamente inexistente.

* Tyr, poderoso pai celeste, justo, imparcial e correto, teu servo roga suas graças, teu servo pede tua proteção, que tua força se reflita em meus atos, que tua gloria se espalhe por todo o mundo, seu humilde servo também pede perdão por suas falhas, seus erros, e por todos os meus atos mesquinhos, que visavam a mim primeiro e não tua gloria. Pai celeste peço também sua graça e proteção, não só para mim mais para todos nessa caravana, bom ou mal, rico ou pobre, forte ou fraco, dá tua proteção e força com justiça e majestade para todos aqueles que forem dignos dela, olha por toda a justiça também grande Juiz em nossa grande Faerun, que teus servos e guerreiros espalhados pelo continente sejam sempre leais a ti e a teus idéias, da força a todos eles para tornar seu nome glorifica em todo canto do mundo, por fim senhor eu vos agradeço por cuidar do teu servo, por olhar por ele e dignar-se a perder um pouco de seu tempo e ouvir sua prece*

O paladino abre os olhos e começa a entoar um belo hino numa estranha linguagem (drow) e depois em língua comum, cantarola alguns hinos, até que se recosta na carroça e adormece.

Clatus, remexendo no grosso manto que o cobre apenas reflete sobre as imensas dificuldades em adaptar-se ao intenso frio antes de cair no sono.

No entardecer do segundo dia de travessia da grandiosa cadeia de montanhas o comboio diminui seu ritmo em virtude da densa neve acomodada ao longo da trilha.

Enquanto seguem lentamente pelo caminho. Os homens redobram sua vigilância na proporção que aumenta a tensão dos animais.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

I - Partida ao Norte Selvagem

“Um bando de piratas que fingem ser mercadores. Hoje podem estar negociando grãos e amanhã negociando quem vai tirar sua vida...”.

Yarlo Rosenbaum , diários pessoais de um escriba.

idade portuária de Luskan. Outrora um refúgio de piratas que hoje vivem de acordos políticos misteriosos e negócios escusos feitos nas sombras. Todavia, parte de seu comércio segue uma via mais honesta, graças aos intercâmbios com cidades do Extremo Norte, ricas em pedras preciosas, minerais e artesanatos únicos.

Uma das companhias de comércio local, a Veleiros Audazes, está recrutando profissionais da aventura para garantir a segurança de suas mercadorias e demais participantes, dentre eles um nobre waterdaviano, de longo chapéu e pesadas mantas vermelho-rubi ornamentadas, e seu ajudante, um homem sério, de cabelos desgrenhados, que enverga uma cota de malha por debaixo de mantos grossos e munido de muitas armas. Ambos permanecem afastados todo o tempo, aguardando sua vez de empacotarem os pertences numa das carroças.

Um dos carregadores orienta:

“- Nesta aqui será possível colocar suas coisas, Sr. Valerius...”

“- Humpfff... Ótimo. Auxilie-o na tarefa, Rasmuzen, pois não quero descuidos com meus pertences!”. O guarda-costas de poucas palavras apenas baixa levemente sua cabeça em concordância, carregando os pertences.

Em frente ao pátio, onde carroças estão sendo organizadas com os últimos preparativos da jornada, um homem calvo e de barba rala se apresenta de fronte aos últimos candidatos para escolta, falando vigorosamente:

“- Boa tarde, senhores. Me chamo Berak e trabalho como assistente de condução na caravana do Sr. Orlegar. Estaremos rumando hoje à noite para as perigosas montanhas da Espinha do Mundo em direção às cidades de fronteira chamadas Dez Burgos...”

Clatus, o único halfling presente olha de braços cruzados a agitação dos homens e os dois anões que fazem parte dos candidatos.

Aos que o observam Clatus notam que este parece um halfling incomum. Com seus cabelos castanhos e olhos negros já seriam motivo suficiente de diferença de seus parentes péspeludos se não fosse também pela pequena barba rala que orgulhosamente mantém. Em seus 82 cm de altura somente podem ser vistos seu arco curto nas costas junto a aljava e a mochila, bem como a pequena adaga no cinturão encoberto pelo grosso manto azul escuro que igualmente esconde o corselete de couro que enverga.

Nardur permanece imóvel com suas feições pouco amistosas ouvindo o pequeno homem falar. Esperando pela reação dos demais, apenas confere o reforço das amarras em sua mochila.

Neste momento, 4 dos candidatos começam a deixar o local depressa, resmungando sua indisposição em encontrar tempestades glaciais, monstros e maldições que congelam os ossos.

Horadrim que a tudo ouvia com atenção, refletia sobre a proposta.

O mago de olhar contemplativo, cabelos castanhos claros e costeleta trajava por debaixo da pequena mochila cinzenta seu manto com diversas fivelas púrpura desbotado. Nas mãos, apenas o fiel cajado em tom bege com entalhes de raízes.

Enquanto se mantinha recostado numa pequena mureta próxima daquela aglomeração comparava os dizeres e descrições com as informações recebidas durante sua viagem pelos mares ate a cidade resolve desistir de seguir naquela jornada, afinal haveriam outras oportunidades no seu devido tempo.

Mikal diz sussurrando:

“– Tempestades glaciais e neve, hunf!!!... Nada muito diferente de brincadeira de criança!”.

O jovem Clatus apenas desdenha para si mesmo numa pequena risadinha a falta de oportunismo dos desistentes. Imaginava mesmo que haveria poucos dispostos a se aventurar rumo a territórios tão pouco civilizados e de onde se contam terríveis historias. Mesmo os anões das minas de Mirabar tinham receios de ir para tão longe.

“- Realmente não será uma viagem fácil, alguns de vocês talvez nem sequer vejam o vale... mas garanto que estamos dispostos a fazer um bom pagamento...”

Outros 3 se juntam aos desistentes, comentando sobre propostas melhores de guardar mercadorias num dos navios do porto. Berak observa meio arrependido por suas palavras, mas conformado.

Clatus apenas esboça novo escárnio, devidamente escondido pelo coçar de sua barba rala, da falta de persistência de homens acostumados à vida fácil. Todavia ele tinha de estar nesta viagem de qualquer forma, mesmo que fosse o único dos presentes a aceitar a proposta...

Nardur observa com certo desprezo o que entende como covardia dos homens conhecidos por sua origem bucaneira. Esperava presenciar maior garra de homens acostumados com batalhas. Todavia espera ele mesmo ser capaz de façanhas dignas de serem contadas por seus ancestrais na sua distante terra.

O guerreiro de pele avermelhada, cabelos longos desgrenhados e olhos negros possui uma estatura grande por detrás de seu pesado manto cinzento sobre o corselete. Duas machadinhas afiadas com estranhos entalhes e uma espada estão situadas no cinto grosso que sustenta as calças de couro e lã, enquanto um arco longo com entalhes permanece nas largas costas.

“- Pelo visto vocês foram os únicos persistentes o suficiente heim?... Neste caso ofereceremos 100 moedas de ouro aos bravos que nos acompanharem. 50 agora e mais 50 quando chegarmos. Que me dizem?”

O pequeno halfling logo se manifesta:

“- Por 50 moedas? Ehhh,parece que você é um homem duro de negociar heim Berak ? Mas eu aceitarei...”- Diz estufando o peito para pôr as mãos no cinto, tentando parecer mais ousado.

Nardur observa a vivacidade do pequeno com menos entusiasmo e sinaliza sua concordância com os termos estabelecidos pelo homem. Os olhos fortes e determinados, como grandes chamas enegrecidas estudam cautelosamente aos que parecem ser seus colegas na jornada.

“- Então rapazes... parece que seremos companheiros de viagem. Me chamo Clatus Marcachh... quer dizer, apenas Clatus mesmo, já que detesto meu sobrenome, e vocês?”- conclama estendendo animadamente uma das mãos.

“- Sou Nardur de Rashemen pequeno!”- Diz rispidamente o estóico e orgulhoso bárbaro fortemente, numa variação da língua comum carregada por um estranho sotaque. Sem apertar as mãos do halfling, procura manter as mãos repousadas sobre as machadinhas no cinto.

Acena com a cabeça e diz:

“ – Mikal di Vantè Aztoz, servo da justiça e da ordem, filho de Lua Argêntea!”

Ao perceber que se tratava de um devoto do deus da justiça, o pequeno Clatus coça levemente o nariz.

Luther, um dos aventureiros presentes, possui olhar astuto e feições rústicas. Jovem, robusto, forte de aparência simples tem 1 cavanhaque, cabelos castanhos compridos e soltos. Sua pela é morena queimada de sol.

Luther se manifesta:

“- Caros colegas viajantes, pensando no melhor aproveitamento de nossas forças diante da incumbência de segurança da caravana podemos conversar sobre os boatos que cercam essa caravana. É absolutamente fundamental sabermos das habilidades e capacidades de todos os envolvidos na segurança, pois nossa sobrevivência pode depender uns dos outros, pois apesar do que nos disseram é misterioso nosso horizonte. Eu sou Luther de Akadis, a Rainha do Ar, sacerdote recém consagrado. Tenho poucos recursos de combate além dessa minha espada de 2 mãos! Detenho habilidades em magias Arcanas e clericais, com forte limitações, e apenas um impedimento, sendo as magias ligadas a terra. O que sei dessa região me confirma até agora que as poucas e insuficientes informações que nos passaram quanto a nosso destino são verdadeiras!”

Clatus solta o ar que mantinha sua pequena saliência na barriga comprimida, porem mantém sua hospitalidade:

“- Ahammm, bem... Eu sou apenas mais um viajante interessado nos mistérios e oportunidades que podem haver para os mais audazes, afinal o Sul de Faerun já não tem grandes surpresas para os que buscam descobertas não é mesmo? Tenho alguns talentos que me foram ensinados pelos meus parentes e por colegas que conheci aqui em Luskan, mas ouvi dizer que muitos mercadores e mensageiros tem ido para aquela região nos últimos meses levando grandes estoques de comida, como é o caso deste caravana”

”- Mas confesso a vocês que sei pouco do daquelas regiões,por isso o melhor é esperar que tenhamos uma bela viagem e historias para contar...”

Nardur apenas olha pesadamente para os futuros companheiros de viagem antes de responder:

“- Humpfff... Vocês falam difícil. Pouco sei do que acontece nestas regiões, mas garanto que meu povo esta acostumado com guerra, por isso lutarei se preciso for com o que estiver ao alcance minhas laminas!”

“ - Grande guerreiro quando a questão de usar suas laminas elas provavelmente serão pouco necessárias, mas se souber acender fogueiras e se aquecer no frio esse sim será seu maior trunfo!”

“- Uma boa arma sempre tem seu lugar homem, queira ou não...”, responde rispidamente o guerreiro de traços fortes.

“- Vocês tem uma hora para organizarem seus pertences e partirem conosco na caravana... E pelos deuses, não demorem!” diz dando um saco de moedas a cada um.

Clatus sinaliza que permanece aguardando autorização para se acomodar no transporte. Neste meio tempo, coça os pequenos pelos de sua barba e dá longos olhares que esboçam um simpático sorriso aos presentes.

O bárbaro de sangue rashemita também permanece, todavia afastado dos demais, observando o horizonte para onde seguirá a caravana.

Após alguns minutos e depois de ter arrumado seus pertences a caravana ele olha a sua volta examinando seus companheiros meticulosamente sem ser indiscreto tentando obter o máximo de informações possíveis.

*Bem parece que vou passear novamente pelas minhas fronteiras , Tyr protege teu servo que busca somente tua gloria trilhando caminhos da honra e da bondade, faz com que esse servo seja teu braço de justiça onde for*

O jovem entra na caravana e senta-se no canto solitário, porém com um rosto bastante solidário e sereno.

Mikal é um jovem de aproximadamente 22 anos, com aproximadamente 1,95 de altura longos cabelos negros como a noite combinando com sua pele bastante clara contrastando fortemente com a cor de seus olhos e cabelos criando um contraste muito forte, porém fortemente sedutor. Sua cota de malha muito bem cuidada e limpa possui ainda uma espada com um pequeno brasão cravado em sua empunhadura, onde aqueles homens com alguma fé distinguirão o símbolo do deus da justiça. Ostenta ainda uma capa em tons cinza escuro presa a seu pescoço que mostra claramente um grande símbolo de Tyr. Seu caminhar é suave apesar do frio e da neve, muitos sabem que tal caminhar é típico de quem é dessa região do norte, e ao observador mais atento isso fica evidente, bem como a pequena jóia quase sem valor que prende sua capa como sendo um artefato típico do artesanato de Silverymoon,, uma das cidades das fronteiras prateadas.

O jovem apesar de calado e tranqüilo parece ser sempre muito atento a tudo e a todos, com olhares curtos percebe-se que julga rapidamente todo ao seu redor.

Tão logo pode, Clatus sobe rapidamente na carroça para se colocar num dos cantos de trás com intenção de contemplar animadamente os preparativos do resto da companhia:

“- Bem, bem... espero que comecemos logo, pois ouvi dizer que o inverno por lá é bem pior do que o que temos aqui, portanto quanto antes partirmos melhor será para chegarmos inteiros!”

Suavemente, o paladino comenta:

“ – Meu caro, me parece que você não conhece os invernos do norte! Cedo ou tarde ou mais rápido ou menos rápido, temo que metade dos que estão aqui não cheguem ao vale... Se demorarmos ou não o inverno por essas terras é cruel sempre... Cedo ou tarde indefere, somente quem vive nessas terras sabe o que é o inferno frio, mas não devemos temer, Tyr nos expõe sua mão bondosa e calorosa!”

Clatus observa a expressão confiante do paladino antes de responder:

“-Assim espero senhor, assim espero... De qualquer forma trouxe algumas provisões que acredito serão suficientes ate chegarmos a nosso destino”.

Mikal começa a cantalorar bem baixinho e levemente um hino a Tyr, porém numa língua diferente do comum.

(Se alguém falar drow entenderá o que o paladino canta)

Clatus olha ansiosamente para todos os lados enquanto retira um pedaço de carne seca de sua mochila:

“- Aceitaria um pedaço jovem defensor da justiça? E vocês?”

O bárbaro busca uma posição no interior da carroça que lhe permita maior proteção dos rigores do tempo, pois ouvira falar das dificuldades em se expor às agruras do inverno no trajeto. Logo se senta no meio pondo sua mochila em seu colo.

Nardur após acomodar-se decide aceitar a gentileza do halfling pega um pequeno pedaço ao qual olha com desconfiança por alguns minutos antes de comer.

“- Obrigado pequeno, mais não é necessário ainda, agradeço a gentileza!”

Virando se para o sacerdote:

“- Perdoe-me pela ignorância senhor, mas a quem serve? Não posso ver o símbolo de seu deus, claro deve ser por alguma distração minha!”

Luther responde:

“- Bem Sr. Paladino de Tyr Divindade da Justiça em toda Faerûn, eu sou sacerdote da Rainha elemental do Ar, Akadis. É minha missão fazer alianças com Deuses que protejam os céus da maldade e implantar no norte a igreja de minha divina rainha. Acolher e proteger seres alados e todos que tenham a bênção de voar pelos céus, por quais quer meios que consigam também é um dos interesses de minha rainha! “, diz mostrando um broche de prata com o símbolo da Deusa.

Em seguida, continua:

“- E os demais como se chamam e de onde vem ? Apresentem-se!“

*Akadis, uhmm, menos mal*

Descontraídamente o paladino parece entretido vendo Clatus e Nadur comendo. Porém ele é bem observador para quem parece apenas entretido. Mikal observa e marca mentalmente todos os costumes dos dois e prestando bastante atenção especialmente em Clatus, sem ser indiscreto.

“- Nhammm, nham... Hummm... Prazer im conheche-lo Luthr, me chamo Clatus como disse antes, venho daqui mesmo. Mas diga-nos qual é sua terra natal e o que te trouxe a viajar por estes lados...”

O pequeno halfling retoma sua alimentação um tanto vigilante, olhando nervosamente a entrada do pátio.

Depois de um tempo o jovem volta a cantarolar o mesmo hino que cantava há algum tempo ainda na mesma língua estranha.

Uma hora depois, com os suprimentos devidamente distribuídos, as primeiras carroças iniciam viagem.

Depois de observar um pouco os companheiros o paladino se levanta.

“- Me perdoem um segundo!”

Mikal desce da carroça e se aproxima de Lorde Valerius dizendo com uma voz plácida:

O nobre fica surpreso com a audácia e intromissão de quem julgava ser um mero mercenário.

“- Saudações grande lorde, espero que você experimente uma tranqüila viagem por essas paisagens, nosso frio é intenso como você já deve bem saber, meu conselho para o senhor seriam apenas dois: Primeiro, se algo sair errado não se sinta menosprezado em ter que obedecer ao que nós, que estamos aqui pra assegurar sua saúde mandarmos, sei que muitos nobres por mais honrados, raramente gostam de receber ordens. Segundo, por mais que aquele jovem (aponta o guarda costa) seja seu servo ou seu vassalo, perante Tyr, temos os mesmo direitos, então, por favor, trate-o com respeito, vi sua atitude a pouco e ela ficou martelando em minha cabeça!”

O estranho homem levanta levemente uma das sobrancelhas ao ouvir o paladino referir-se a ele. Logo um olhar de suspeita surge do fundo de seus olhos, enquanto segura com maior força sua espada.

“- Ahh... E perdoe-me se em algum momento usei de indelicadeza para com sua excelência, espero também ter me feito claro e bem entendido!”

Ainda chocado com a insolência doa audaz guerreiro, o nobre apenas torce seu rosto compulsivamente antes de responder:

“- Não sei como descobriste minha posição jovem, mas vejo que pareces um homem razoavelmente instruído, portanto desconsiderarei sua audácia em se dirigir a mim desta maneira por ora. Meus assuntos e minha guarda não lhe dizem respeito rapaz, trate de cuidar meramente de suas obrigações para com teu contratante e deixe que eu cuide de como devo tratar meu servo, que por sinal sabe precisamente seu lugar, portanto sugiro que volte a embarcar logo em teu transporte antes que o deixem para trás...”

O leal servo que agora se encontrava ameaçadoramente ao lado de seu mestre colocara uma nova mala ao lado de seu senhor. Com um gesto dos dedos de Sir Valerius o homem cruzou os braços pacificamente, todavia encarava perigosamente Mikal. Em seguida o guerreiro auxiliara o nobre a subir em sua carroça, seguindo-o depois.

O jovem guerreiro faz uma grande reverencia e retorna a carroça dos companheiros.

Na carroça se direciona para Nardur:

“ - Grande guerreiro, disse que vem de Rashemen... Não conheço essa terra, será que podia me dizer mais sobre ela? E se minha palavras forem difíceis peço perdão, se o élfico lhe for mais conveniente podemos conversar em élfico!”

Nardur que ate então estava entretido com o paladar da “comida da gente das cidades” olha com desconfiança para o guerreiro sagrado que o havia interrompido. Todavia a gentileza pareceu-lhe merecedora de uma resposta:

“-Consigo entendê-lo seguidor de deuses, mas não vejo porque ficar falando muito, meu povo fala apenas o que precisa. Nada sei da fala desse povo antigo. A minha terra fica longe dos seus olhos, mas meu povo é forte, feito de guerreiros com coragem e honra que tem bons conselhos de nossas senhoras e irmãs e dos grandiosos espíritos!”

Com a movimentação das carroças, Clatus se recosta tranquilamente, como se tivesse retirado um peso dos ombros, ouvindo mais animado a conversa de seus novos companheiros.